sexta-feira, 8 de junho de 2007

Entrevista a Nuno Castro publicada no “JOTINHA” de Junho

O que te levou a entrar para a JSD?
“Em 1989, com apenas 11 anos, vivi directamente, ainda que de forma desinteressada, a primeira luta politica em Roriz. O meu pai foi o candidato à Junta de Freguesia, venceu as eleições e mesmo sem saber qual o significado da Social-Democracia ou qualquer outra ideologia politica, comecei desde então a criar o gosto pelas acções partidárias. Se inicialmente e por influência directa tudo não passava de uma paixão, ao longo de todos estes anos fui-me apercebendo das razões que me levam a ser militante deste partido. Aquela que me parece mais inequívoca e que se revela ao primeiro contacto com a JSD ou o PSD é o facto de podermos ser completamente livres de expressar as nossas opiniões sem que, ao contrário de outros, o nosso partido nos reprima. Após o 25 de Abril continuo a estranhar como ainda há líderes de organizações partidárias que fazem autênticas perseguições pessoais a quem não está de acordo com as sua forma de pensar, estar ou governar. Pertencer à JSD é para mim a única lógica de batalhar por aquilo que queremos rodeado de um grupo de pessoas que considero ter os mesmos objectivos que eu, quer para Roriz, quer para todo o concelho de Santo Tirso.”

Quais os teus principais objectivos para o este mandato?
“Candidatei-me à Comissão Politica do Núcleo Residencial de Roriz para dar continuidade a um projecto iniciado há dois anos atrás. Conseguimos uma forte mobilização de jovens em torno da JSD, e mostramos como, numa pequena freguesia, pode haver interesse pela política. Todos sabemos que é difícil chamar os jovens para estas organizações, mas a politica, para nós, não pode ser feita só de debates e discursos. Sempre disse e reafirmo que uma das razões para haver motivação é sentirmos que precisamos sempre de algo mais. Na nossa vida pessoal e profissional devemos ser ambiciosos e na política a ambição é preponderante para alcançar aquilo que pretendemos. Por isso, e durante o meu mandato, procurarei transmitir aos jovens de Roriz a importância dessa forma de estar e sobretudo a capacidade que todos possuem para fazer mais pela nossa terra. O nosso lema foi, desde o início, «Nós acreditámos», e só não acreditará quem não se mostrar disponível para colocar Roriz no patamar que merece, ou seja, muitos degraus acima daquele em que se encontra neste momento.”

O que falta em Roriz??
“Roriz é para mim a melhor freguesia do nosso concelho. Logicamente isso acontece por razões óbvias, aqui nasci, aqui vivo e é aqui onde estão as minhas raízes. Não sou bairrista mas defendo sempre aquilo que é meu. Mas na verdade, e pelas razões que já anteriormente frisei, temos que querer sempre mais e Roriz tem grandes carências a vários níveis. Falta o saneamento, faltam as condições para a prática de actividades desportivas, faltam um grande número de pequenas coisas que podem melhorar a nossa qualidade de vida. Essencialmente estes aspectos provocam, cada vez mais, a saída dos jovens para freguesias circundantes. Não há nenhum projecto que permita, a médio e longo prazo, garantir a permanência da população mais jovem. Isso é que é preocupante e deve-se sobretudo à falta de motivação e comodismo de quem gere a autarquia há várias décadas”

Na tua opinião, porque é que o PSD ainda não é poder em Santo Tirso?
“O PSD ainda não é poder em Santo Tirso devido a um número de razões que não estão só ligadas a questões ideológicas. Todos sabemos que esta Região é claramente de esquerda, mas existem milhares de pessoas que não têm sequer uma fidelidade partidária. Essas são e serão sempre as que decidem qualquer eleição e neste capítulo o PSD não tem sido capaz de convencer nem ganhar votos aos eleitores que se encontram, no que poderemos adjectivar de «campo neutro». Além disso – mesmo que considere as discussões internas e a liberdade de expressão uma das grandes razões por ser do PSD – não conseguimos após uma derrota eleitoral encontrar rapidamente soluções e perdemos imenso tempo travar «batalhas» internas. É bom para a democracia que elas existam mas, quando se quer mostrar capacidade para ser poder, não podemos andar constantemente a olhar para dentro deixando a nossa oposição a trabalhar para fora. Isso foi durante muitos anos um entrave para a vitória do PSD em Santo Tirso e espero que não se volte a cometer esse erro pois, se isso acontecer, voltaremos à estaca zero.
Considero também que o mais importante é fazer chegar a mensagem ao eleitorado ainda que tenhamos noção da dificuldade que isso representa. Não temos órgãos de Comunicação Social em Santo Tirso, ainda que legalmente isso exista de facto, e sabemos que o actual executivo Municipal é «mestre» em tornar visível tudo aquilo que lhe dá votos e consegue transformar alguns dos seus erros em casos, que passa para a opinião pública, como sendo criados pela oposição, no caso o PSD. Estas duas razões são para mim as principais causas, da ainda, governação socialista.”

Qual a personalidade política que te serve de referência?
“Criar uma personalidade política como referência não é de todo benéfico para nenhum de nós. Há medida que os anos vão passando muita coisa muda e muita das vezes nós temos que nos adaptar as novas exigências. Aquilo que foi para nós uma referência no passado pode não o ser amanhã. Não tenho por isso nenhuma personalidade de referência mas sim aquilo que considero um bom político. E neste caso uma das pessoas que mais me marcou foi claramente o Prof. Aníbal Cavaco Silva.”

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